As INTERVENÇÕES feitas pelos delegados ao Congresso

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Intervenção companheira Gilda Chacón - Representante do Secretariado da FSM (5-2-2014).

Fevereiro 5 e 6 de 2014, Barcelona, Espanha.

Estimados companheiros e companheiras,

A idéia de reunir os pensionistas e aposentados em uma União Internacional Sindical já não é um sonho, é um propósito que se tornou realidade com a vontade de todos vocês, da FSM e de todos os sindicatos que apoiaram essa iniciativa.

Em nome do secretariado da FSM, agradecemos o apoio das organizações sindicais em Barcelona, em especial a CSU, que facilitaram as condições para a realização desse evento.
Hoje, mais do que nunca, a unidade é muito necessária, a luta contra as medidas de austeridade, as políticas neoliberais, o capitalismo e o imperialismo são mais fortes, as milhões de pessoas que sofrem por causa dessas medidas e políticas são cada vez maiores e só uma minoria se beneficia delas.

A população mundial envelhece aceleradamente e os trabalhadores que alcançam a idade de se aposentar, somados aos já aposentados, são uma parte muito importante na sociedade de hoje.
Diante da crise atual, as medidas que estão adotando os governos capitalistas em muitos países, estão afetando dramaticamente os aposentados e pensionistas que estão perdendo seus direitos, direitos conquistados por meio de lutas, das quais muitos de vocês foram protagonistas, por isso, a FSM empenhou em organizá-los e uni-los para juntos defender o que foi conquistado durante duras batalhas e que gozem de pensões e condições dignas para poder viver adequadamente.

A Federação Sindical Mundial foi fundada em 1945, em Paris, depois da Segunda Guerra Mundial dada a necessidade de unir os trabalhadores depois da derrota do fascismo.
Apesar de algumas pressões opositoras, a FSM impôs sua condição de organização classista, antiimperialista, anticapitalista, anticolonialista, unitária e democrática, princípios que mantém até hoje, lutando ao lado da classe trabalhadora.

Muitos de vocês foram testemunhas dos dias de glória da classe trabalhadora na etapa socialista, especialmente no continente europeu, o movimento sindical internacional se viu fortalecido com a força e a luta da FSM e muitas vitórias e direitos foram alcançados pelos trabalhadores no mundo.

Depois da queda do campo socialista, a FSM se debilitou. Muitas organizações européias optaram por se afiliar à antiga CIOLS, hoje CSI, e outras decidiram se manter independentes, mas as que continuaram fieis a seus princípios não retrocederam no empenho e continuam a luta braço a braço junto ao trabalhadores.

Hoje podemos dizer que, diante da dramática situação econômica global, dos ataques ao movimento sindical classista, das medidas anti-sindicais e anti-trabalhadores que aplicam muitos governos capitalistas, a FSM intensificou suas ações.

Depois do seu XV Congresso Sindical Mundial, celebrado em 2006 na cidade de Havana, começou uma nova etapa de recuperação, protagonismo e fortalecimento, resultados demonstrados no XVI Congresso em Atenas, em 2011 e em cada uma das ações realizadas até a presente data.

Atualmente contamos com 86 milhões de filiados em 120 países de todo o mundo e vocês ampliarão essa cifra. Nos orgulha contar com sua força, sua experiência e seus desejos irrevogáveis de continuar na defesa de seus direitos como aposentados e pensionistas, isso fortalece ainda mais a FSM.

Contamos com 9 Uniões Internacionais Sindicais setoriais, Alimentação, Hotelaria e Turismo, Metalurgia e Mineração, Educação, Bancos, Construção e Transporte e a UIS de Pensionistas e Aposentados será a décima.

O trabalho da FSM se fortalece cada vez mais com as ações que desenvolvem os seis escritórios regionais situados na América Latina, Europa, Ásia, África Francófona, África Anglófona e Oriente Médio e com seus Escritórios sub-regionais na América do Norte, Oriente Médio, África e Ásia. Também conta com status consultivo na ONU, OIT, UNESCO e FAO.

Nesses mais de 60 anos, acompanhamos os trabalhadores, os emigrantes, desempregados, jovens, mulheres, aposentados e pensionistas e os sem-terras na luta pelo pleno emprego, por salários dignos, contra o racismo, a xenofobia, a igualdade de gênero, o direito à liberdade sindical, o direito à greve, à liberdade de associação, a pensões dignas e a viver como seres humanos.

Condenamos as agressões e as guerras imperialistas que destroem nossos países e povos com a perda de vidas inocentes, com a ameaça de converter o mundo em um holocausto provocado por uma guerra nuclear. Estamos ao lado dos trabalhadores sírios e do povo palestino em sua justa luta, junto ao povo da Venezuela e seu processo revolucionário, lutamos junto ao povo cubano pelo levantamento do injusto bloqueio norte-americano há 50 anos e pela libertação dos 5 cubanos prisioneiros nas cadeias estadunidenses por lutar contra o terrorismo, lutamos junto ao povo africano, estamos junto a todos os povos e trabalhadores oprimidos do mundo.

Temos acompanhado vocês, que deram a maior parte de suas vidas para o trabalho e enfrentaram grandes batalhas pelos seus direitos como trabalhadores deixando um digno legado às novas e futuras gerações, por isso devemos seguir esta luta. Seu esforço não foi em vão, este congresso é a continuidade desse esforço e por isso estamos aqui, defendendo nossas conquistas.

Os aposentados e pensionistas já são parte da família FSM. Estamos seguros que desempenharão um papel muito ativo dentro da UIS, multiplicarão as ações desde suas posições e manterão o funcionamento da mesma forma permanente, não podemos constituir essa UIS e se resumir em um congresso, devemos ser capazes de mantê-la viva e muito ativa.

Os aposentados e pensionistas estão iniciando uma nova etapa de sua vida, na qual deve viver a plenitude, sem carências, sem injustiças, sem humilhações.
As políticas de austeridade, as políticas neoliberais, os governos capitalistas e as multinacionais, junto com o FMI e o BM, empenharam em despojar-se das suas obrigações com vocês, de recuperar da crise, criada por eles mesmos, ao custo de cortes nas pensões, de despejos das casas, de subir os preços dos medicamentos, dos alimentos, da água, dos serviços como eletricidade, transporte e gás, da destruição do meio ambiente. Como é possível cobrir essas necessidades básicas mais elementares sem previdência social?

Especialmente na Europa, o futuro de milhares de trabalhadores e de aposentados e pensionistas é muito incerto. Países como Espanha, Grécia, Itália, Chipre, Portugal, França, entre outros, sofrem com os constantes cortes nas pensões. Os protestos protagonizados por muitos aposentados e pensionistas em estes países demonstram isso.

A constituição dessa UIS é expressão da continuidade da nossa luta, é expressão do respaldo da FSM e de todos seus trabalhadores filiados aos aposentados e pensionistas, é a expressão da força de nossa organização contra o capitalismo, o imperialismo e todas aquelas políticas que estão dirigidas a exterminar a rica e gloriosa história do movimento sindical classista, dos trabalhadores e trabalhadoras que construiu com seus esforços nossa sociedade e que no final de sua vida laboral merecem o reconhecimento pela sua contribuição ao desenvolvimento econômico dos nossos países.

Esta UIS se converterá no bastião da luta dos aposentados e pensionistas do mundo, acompanhados em cada ação pela FSM, aos trabalhadores e aos sindicatos classistas, não faltarão jamais o apoio solidário e combativo de cada um de nós com a segurança que com esta unidade alcançaremos a vitória.

A FSM chama à unidade na luta, só assim poderemos derrotar o capitalismo e iniciar o caminho para recuperar o socialismo, único sistema que defende e respeita os verdadeiros direitos dos seres humanos.
Desejo-lhes, em nome da FSM, êxitos nesse evento histórico, nos importantes debates que ocorrerão nesses dois dias de sessões e nas ações e acordos que emanem desse congresso, com a confiança de que sempre estaremos ao lado de vocês, respaldando e apoiando suas lutas, que no final, se converterão em nossas vitórias.

Muito obrigado,

Gilda Chacon

Intervenção companheiro Joao Pinto * CGTP-IN * - Portugal

Intervenção companheiro Uriel Villas Boas - Brasil